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Um pouco mais de sol... eu era brasa.

Tu és todos os livros, todos os mares, todos os rios, todos os lugares. Todos os dias, todo o pensamento e todas as horas... Tu és todos os sábados, e todas as manhãs. Tu és todos os lábios, todas as certezas, todos os beijos... Tu és todas as noites em todos os quartos, todos os ventos em todos os barcos. Todos os dias em toda a cidade... Tu és só o começo de todos os fins. Tu és todos os sons de todo o silêncio, por isso eu te espero, te quero e te penso.
 

2006: Últimas Palavras

domingo, 31 de dezembro de 2006

Folheei a agenda carregada de eventos. Ri-me sozinha a relembrar as conversas, lanches, festas, cinemas, jantares, concertos, passeios, aniversários, viagens...

Este foi um ano de mudança. Nada fácil, mas que agradeço de coração a Deus por ter vivido tanto. Tive de tomar decisões, de acartar com consequências, de escolher caminhos. E fi-lo sempre de acordo com o que acredito, com o coração.

A palavra de ordem para 2007 é RECOMEÇAR. Escolhi continuar a ouvir o coração, a amar incondicionalmente as pessoas, porque é isso que me faz ser eu. E gosto de ser eu. Quero ser eu.

Venham a sangria, os abraços fortes e os amigos. Estou pronta.

Respirar

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

I played the fool today
And I just dream of vanishing into the crowd
Longing for home again
But home
Is a feeling I buried in you

I'm alright I'm alright
It only hurts when I breathe

And I can't ask for things to be still again
No I can't ask if I could walk through the world
In your eyes
Longing for home again
But home
Is a feeling I buried in you

I'm alright I'm alright
It only hurts when I breathe

My window through which nothing hides
And everything sings
I'm counting the signs
And cursing the miles in between

And home is a feeling I buried in you
That I buried in you

I'm alright I'm alright
It only hurts when I breathe

Melissa Etheridge


[Roubei esta letra ao querido Luís porque é exactamente aquilo que sinto. Não consigo respirar. Dói cá dentro de uma forma que nunca pensei ser possível. Mas sei que, depois do mundo parar, há ainda muito para viver. E é tão somente a isso que me agarro: à vida, a MINHA. ]

Pára tudo!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

... o mundo segue dentro de momentos ...

Chegaste a tempo!



Fui injusta, é verdade. Tu tens estado sempre lá e os teus abraços reconfortam-me de todas as maneiras possíveis. Enches-me o telemóvel de mensagens, queres lanchar comigo todos os dias se possível for, ofereces os presentes certos, conheces-me muito porque fazes as perguntas. Hoje, mais que nunca, o teu abraço soube ao céu. E tu, és uma amiga como não tenho igual. Obrigada.

A dúvida persiste...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

E quem me abraça a mim?

[dicas: quero um abraço só meu, só para mim, especialmente destinado para me reconfortar. sem que eu o peça, sem ser preciso fazer beicinho, sem dar explicações. preciso de dois braços que me apertem com força. podem vir acompanhados de sorriso, beijo repenicado e nenhuma pergunta. só porque sim. porque preciso, porque me apetece e porque há muito tempo que os meus braços servem para abraçar outros. está dito.]

Aos amigos



Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

Herberto Helder

O Natal começa aqui

domingo, 24 de dezembro de 2006

As paredes brancas e cor de rosa são frias e contrastam com os rostos rudes que nos olham. Alguns meio a medo, com receio que nos esfumemos entre cânticos de anjos, outros desafiadoramente, a descobri-nos dos pés à cabeça. Rezam. Imagino a imensidão de coisas que lhes passa pela cabeça neste Natal igual a outros ou talvez o primeiro entre quatro paredes e grades nas janelas.
Reconheço algumas caras, outras parecem-me demasiado novas para acreditar que fizeram por estar ali. Mas estão. E a homilia daquele padre velhinho é sempre cheia de palavras de conforto, de recomeçar, de perdão, de trazer Jesus para a nossa vida. Ao ouvi-las, sou apenas mais um para quem se dirigem, alguém que podia ter feito mais e melhor para que Ele estivesse presente em todos os passos e decisões.
Cantamos. Alto e bom som para que nos oiçam não só naquela sala, capela improvisada, mas para que em todo o edifício seja Natal. E em nós também. Sentados naqueles dois bancos de madeira tosca estão algumas das pessoas que mais amo no mundo. Tocam e cantam comigo. E saímos para a rua com aquele sentimento de que o nosso Natal é muito mais cheio do que nos passava pela cabeça antes de entrar. O Natal começa aqui.

sábado, 23 de dezembro de 2006

Noite quente, quente é umas catacumbas com jazz, um copo de vinho tinto, uma casa na Rua do Carmo, cobertores eléctricos, aquecedor, mil cobertores e sacos camas... e amigos que se aquecem entre abraços, conversas, sheesha, broas, algum ressonar e muitas gargalhadas boas. A manhã continua quente com um pequeno que se transformou em almoço, sair para a rua e estar no mais maravilhoso sítio de Lisboa, entre presentes e passeio cheio de sol. A repetir.

Surreal

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

"Na Península de Quasi-algures, numa altura em que as modas se confundem ou deixam (por isso) de ser moda, vamos conhecer Ernesto Ductilo Benito - administrador primeiro de uma fábrica de cooperação e recuperação, na região demarcada de Cidadania-a-nova.
Um dia, depois de longas horas de trabalho, o bom Ernesto encontra alguns dos seus operários de fabricação em série misteriosamente empoleirados em estranhas máquinas, muito para além das laborárias, produzindo sons musicais, de nível estético apreciável, que nunca imaginara possíveis nas suas instalações.
Deste pequeno episódio, nasce-lhe o entusiasmo, a ideia e o sonho de rearmonizar o Domínio da Música - sua principal herança de família, agora convertido num reino de anarquia, onde todos os estilos musicais se (con)fundem numa enorme sarrafusca.
Inspirado pelos estudos musicais de sua bisavó Antónia, aconselhado por um sábio bruxo, Retortilho Castraz, e apoiado por um génio inventor, Mestre Ramalho Solau, Ernesto, transforma aqueles operários idiotas (pensava ele) em luminosos elementos de ciências musicais, rumo ao conturbado Domínio da Música.
Unreal - um hino ao desenvolvimento da classe de trabalhadores, artífices e operários por conta d’outrem: música; visão; imaginação; entrega; solicitação; aventura; mistério; paixão; “Indumentária”; desventura; solicitação; desenvolvimento; entrega; música; visão; delírio; falácia; zombaria e… experiências científicas na Península de Quasi-algures."

[O Sassetti tem aquele dom formidável para fazer o que quer do piano e eu estava mortinha por vê-lo noutro registo, mais descontraído, em algo que ele inventou e que é assim um misto de brincadeira e loucura com muita (e boa) música à mistura. Não me desiludi. Adorei a percussão fantástica, os homens vestidos de aventais, uma estória que de tão doida saiu uma apresentação divertida, de muito bom gosto e que fez desta uma grande noite de espectáculo. Nós, nos melhores lugares da maravilhosa sala do S. Luiz. E eles, que se devem ter divertido tanto, tanto. Nota-se.]

Está frio... e apetece...

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006


I really can’t stay (Baby, it’s cold outside)
I’ve got to go ‘way (Baby, it’s cold outside)
The evening has been (I’ve been hopin’ that you’d drop in)
So very nice (I’ll hold your hand, they’re just like ice)

My mother will start to worry (Hey beautiful, what’s your hurry)
And father will be pacing the floor (Listen to that fireplace roar)
So really, I’d better scurry (Beautiful, please don’t hurry)
Well, maybe just a half a drink more (Put some music on while I pour)

The neighbors might think (Baby, it’s bad out there)
Say, what’s in this drink (No cabs to be had out there)
I wish I knew how (Your eyes are like starlight now)
To break this spell (I’ll take your hat, your hair looks swell)

I oughtta say no, no, no sir (You mind if I move in closer)
At least I’m gonna say that I tried (And what’s the sense in hurting my pride)
I really can’t stay (Oh baby, don’t hold out)
Oh, but it’s cold outside

I simply must go (It’s cold outside)
The answer is no (Baby, it’s cold outside)
The welcome has been (So lucky that you dropped in)
So nice and warm (Look out the window at that storm)

My sister will be suspicious (Your lips look delicious)
My brother will be there at the door (I ain’t worried about you brother)
My maiden aunt’s mind is vicious (That ol’ biddy, she ain’t gonna bother me)
Well maybe just a cigarette more (You don’t need no cigarette, it’s smokin’ plenty up in here)

I’ve got to get home (Baby, you’ll freeze out there)
Say, lend me a comb (It’s up to your knees out there)
You’ve really been grand (I thrill when you touch my hand)
Oh, but don’t you see (How can you do this thing to me)

There’s bound to be talk tomorrow (Well, think of my lifelong sorrow)
At least there will be plenty implied (If you caught pneumonia and died)
I really can’t stay (Get over that hold out)
Oh, but baby it’s cold outside

[Gosto de todas as versões desta música, principalmente a da Ella com o Louis ou do Ray com a Betty. Faz-me sempre imaginar o quente de uma lareira, ele e ela enroscados nos cobertores, com um bom copo de vinho, depois de um jantar maravilhoso, ela a deixar-se ficar e ele a cantar-lhe a canção do bandido... hummm...]

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

deixa que aconteça.
título do novo álbum ao vivo de Quadrilha

Eu sei





Se eu voar, sem saber onde vou...
Se eu andar, sem conhecer quem sou...
Se eu falar, e a voz soar com a manhă...
Eu sei...

Se eu beber dessa luz que apaga
A noite em mim,
E se um dia eu disser
Que já não quero estar aqui,
Só Deus sabe o que virá
Só Deus sabe o que será
Năo há outro que conhece,
Tudo o que acontece em mim!

Se a tristeza é mais profunda que a dor...
Se este dia já não tem sabor...
E no pensar que tudo isto já pensei...
Eu sei...

Se eu beber dessa luz que apaga
A noite em mim,
E se um dia eu disser
Que já não quero estar aqui,
Na incerteza de saber
O que fazer, o que querer,
Mesmo sem nunca pensar,
Que um dia o vá expressar...
Năo há outro que conhece
Tudo o que acontece em mim...


[Hoje é dia de Sara no Onda Jazz. Está marcado na minha agenda há tanto tempo e, afinal, outros valores se levantam e não vou poder ir. Gostava de estar lá, ouvir aquela voz inconfundível numa casa que me diz tanto, com parecenças ao sonho que gostava para mim. Outras vezes virão. Seja como for, hoje é dia de Sara e ela vai tocar na aparelhagem uma e outra vez...]

Estou feita num 31!

domingo, 17 de dezembro de 2006

Nariz a pingar, dor de garganta, cabeça pesada, ouvidos a zumbir e o corpo todo dorido. Apanhei uma valente constipação! Apesar das recomendações da mãe (que me quer entre cobertores e pantufas), bebo um chá bem quente, outro comprimido e tomo um banho a ferver. Saio para a festa, que hoje é dia de aniversário da Ju!



Pego numa rede de borboletas para apanhar pensamentos longínquos. Subo à escada mais alta para não perder nem uma palavra. Os sonhos, esses, guardo-os num frasco de vidro transparente, para que os veja sempre que me apeteça um rebuçado. Visto-me de lilás e cor-de-rosa para não ter medo de subir ao último degrau. Tu... desorientas-me.

Pelas minhas contas...

sábado, 16 de dezembro de 2006

... estou há 10.228 dias no mundo!

Dia seguinte



Obrigada por todas as mensagens, telefonemas, posts, surpresas e presentes.

Celebrar a vida, assim, é maravilhoso!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006




Resposta a um certo post... (a ver apenas por quem de interesse)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Sabia bem que aquela mensagem ía fazer mossa. Mas, compreende, era já um passo à frente para voltar a mim e a nós. Foi depois de um dia particularmente bom em que me apeteceu dizer "estou de volta" e "quero-te de volta". Durante o que me pareceu uma eternidade de tempo, não tinha vontade de mexer um dedo, porque esperava perguntas e comentários que nunca vieram. Não só de ti, tu sabes. Mas exactamente porque fazes diferença na minha vida, muito mais do que imaginas, contava com o teu abraço ou com qualquer sinal que mostrasse que estavas por perto.

A verdade é que sempre pensei que teria mil redes a amparar-me as quedas, caso fosse necessário. No momento exacto em que caí do trapézio, tive apenas quatro leves (mas presentes) teias de aranha e nenhuma rede, e... estatelei-me ao comprido.

Naquele dia em que percebi que sabias mais do que aparentavas, não quis acreditar. Relembrei lágrimas, confusões na minha cabeça, nós no estômago e angustias mil. E... nem uma mensagem. Nem antes, nem depois, nem durante, nem passado alguns dias. Custou, mesmo muito, confesso. Fez-me repensar em tanta coisa, de mim, do valor que dou aos outros, das minhas prioridades. Hoje vejo que cresci, que tenho forças para dar a volta por mim própria, que consigo ser-me suficiente quando é mesmo preciso. Estou feliz comigo. E com Ele. A mão que me amparou é a que o tem feito toda a vida e eu e Ele bastámo-nos.

Quero dizer-te apenas mais isto e acabo: gosto mesmo muito das nossas conversas, das tardes de compras, das viagens de comboio, da partilha de sensações que só eu e tu percebemos, muitas vezes. Identifico-me com tanta coisa de ti que às vezes parece que estou a olhar para mim há uns anos, com a tua idade. E gosto MESMO de ti.

[É incrível como nos espalhamos completamente nos blogs, onde toda a gente lê o que escrevemos e não conseguimos dizer o que é preciso cara a cara. Quero que esta seja a última vez que o faço de uma forma tão directa. Eu e tu temos este entendimento que nos permite dizer o que é preciso, quando é preciso.
Depois desta semana, parece que não faz sentido estarmos a falar sobre estes assuntos, que já conseguimos fazer passar. Seja como for, quero que perguntes e que voltes a perguntar, mesmo que não me apeteça responder. Porque disso se faz uma amizade também: de silêncios e de saberes que o nosso bem-estar é precioso.]

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Mais ou menos o infinito.

nome de um espectáculo de novo circo no CCB

Já saiu o número 10 do Cidade Viva!



Gosto mais deste mas ainda tem de levar umas limadelas. Obrigada a todos os que me viram stressar porque "tenho o jornal para acabar" e estiveram por perto.

A ver aqui.

Em câmara acelerada

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Com banda sonora previamente seleccionada para o efeito, percorro as ruas de Lisboa como se estivesse uns dias mais à frente. Ainda estamos na primeira quinzena de Dezembro, mas hoje é dia de começar a pôr em prática as resoluções de ano novo, para não me estender em Janeiro e começar já em força. Subo a Rua Nova do Almada e entro no edifício antigo com escadas de madeira que rangem. À porta, uma espécie de alfarrabista faz-me perder os olhos por livros que me apetece comprar, mas a visita tem outro propósito.

Ao entrar, percebo logo que me vou sentir em casa por ali. Passam por mim pessoas carregadas, em azáfama de escola cheia. Faço mil perguntas que não me sabem responder. Ok, nunca fui tão mal informada numa recepção, mas isso não me demove. Encontro no corredor alguém que é bem mais prestável e que responde a tudo com uma atenção de professora embevecida. Não há volta a dar, vou mesmo fazer isto. Saio para o sol frio do Bairro e a minha banda sonora toca ainda mais alta aos ouvidos: "I can't stop now..."

[Estou em pulgas à espera do mail que me dirá as vagas exactas para tomar a decisão final. Como estou a viver uns dias mais à frente, vesti já a camisola às riscas que a minha amiga me ofereceu e fiz já o penteado novo e maravilhoso que o amigo cabeleireiro não cobrou porque estou em semana de aniversário. Deixo-vos o template do site da minha nova escola, para ver se adivinham. Mais informações lá para 2007.]

Espírito Natalício



Um:

Logo pela manhã passo pelo quiosque dos jornais e vejo exposta a agenda cultural que não consegui comprar na semana passada com o Diário de Notícias.
"- A agenda está para venda?"
"- Não, menina! Para si, é de graça. Pode levar e faça bom proveito dela."

Dois:

Sento-me na sala de espera do hospital e sei que vai demorar horas até conseguir entrar na fila das análises. Entram duas senhoras a empurrar um carrinho, cabelo muito bem arranjado, bata amarela, sorriso nos lábios.
"- Bom dia! Temos chá, café, leite e bolachas de dois gostos. Quem toma um copo quente?"
Bem sei que aparecem todos os dias, mas hoje foi a primeira vez que aceitei. Levantei-me dez minutos antes de sair de casa e não houve tempo para tomar o pequeno almoço, por isso, o copo de leite quente e as bolachas de água e sal souberam pela vida.

Três:

Saio de braço ao peito a fazer pressão para a picada não deixar marca. Sento-me na cadeira ao lado de um senhor de cabelo completamente branco, sorriso aberto, que já me tinha espreitado pelo canto do olho como que a perceber porque é que a miúda nova estava já naquelas andanças de hospitais e análises todos os meses.
"- Tenho aqui um penso pequenino, muito melhor do que estes que eles dão por aqui".
Abriu a carteira com muito cuidado, retirou de lá um penso embrulhado, tirou-lhe o papel e colocou-mo no braço.
"- Pronto, está óptimo assim, não é verdade?"

[Está do melhor, este Natal onde encontro pessoas que aquecem o meu dia.]

E de repente um desejo...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

... quero que venhas comigo àquele sítio.

E tu... já não és tu.

(sorriso. estou curada.)

"pior do que me tirarem a parte de cima do gelado é tu ires-te embora"*



Depois da tempestade que foi um certo fim de semana, em que não estava em mim e só me apetecia ficar sozinha, eis que chega o dia de jantar de Natal antecipado. Havia tempestade ainda, mas esta era apenas de chuva, com molha à mistura e carro empanado na IC19.
Soube-me tão bem estar entre outra família de três anos já, enriquecida com mais uns quantos que se vieram juntar à festa. Sinto-me sempre em casa, reconhecida, com conversas de quem se percebe, mesmo que se passem meses sem nos vermos.

Crescer com eles tem sido uma viagem maravilhosa, cheia de descobertas. Sinto já o sabor do fim a chegar. Mas sei que mais dois fins de semana se esperam, embrulhados em surpresas e tanto para aprender. Gosto desta gente. Pessoas envolvidas na nossa igreja, com vida interior, que pensam mais e maior que apenas o dia a dia. Gosto mesmo muito. Apeteceu-me ficar toda a noite apenas entre conversas tontas e conheceres pequenos de cada um. No fim, distribuí abraços e beijos de boas festas. Agora, só em Março. Mas penso-vos e rezo-vos todos os dias. Porque me fazem falta. E porque nos cativámos entre dias a brincar sobre coisas sérias.

[* ou F.A. - para alguns, Formação de Animadores, para outros...]

A feijoada da Maria Fernanda



A minha mãe tem a mania que não sabe cozinhar. Ou fica demasiado insosso, ou salgado, ou mal cozido, ou rijo... Então se alguém cá vem a casa, já sabemos que vai pedir desculpa por tudo e por nada às amigas que, claro, gostam sempre e pedem mais.
Mas há algo incontornável na ementa da tia Fernanda que é de comer e chorar por mais: o feijão. A minha linda mãe faz as melhores feijoadas do mundo e arredores, com aquele sabor inconfundível que só ela sabe pôr. Seja com couves, ou entrecosto, ou com massa, ou de chocos (como a de hoje), o prato delicia-se com a quantidade certa de molho onde se deixa cair o pão ou se mistura o arroz branco. Fica tão bom, tão bom, que tenho sempre de repetir!

Já percebem porque é que gosto tanto de comer?

Família de Afectos

sábado, 9 de dezembro de 2006














[Um diz, outro cala, um gosta muito, outro não quer dizer que gosta, um quer carne, outro peixe, e outro ainda talvez só uma salada, uns querem jogos, outros poesia, uns dias dentro, outros fora, eu quero multidão e eu quero ficar sozinho, eu conto tudo e eu escondo até não poder mais, um gosta de jazz e o outro de hip-hop, um quer sair, outro ficar em casa, alguns preferem cinema, outros dvds, comida comprada feita, ou passar horas a cozinhar, uns vestem preto, outros de todas as cores, eu com ipod e eu só oiço rádio, muitos concertos ou odeio musicais, eu tenho dois diabos e eu vou ter um campo de futebol no céu, uns muito frio, outros a ferver, eu sei tudo, eu não tenho nada para vestir, nós muitas compras, eu odeio shoppings, eu quero ir para a neve e eu viajar para o Brasil... todos com um parafuso fora do sítio, mas recheados de abraços, toques, beijos e querer estar juntos. Família feliz, assim, só há uma.]

dia 8

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

foi começo, entre um beijo meio roubado e vontades que não se sabiam explicar.
hoje é fim. acaba aqui esta história. continua outra, bem maior, entre conversas de segredos e receios que se vão deixar para trás. porque nos gostamos até à lua... e de volta.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Voo num segredo só teu que partilhas comigo porque te conheço por dentro. O meu coração é hoje o teu, a transbordar de pequenos nadas-tudos que não precisas dizer. Vejo e sinto. E rejubilo por te saber feliz.

Tudo ou Nada

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
As lágrimas? Não as seques, elas precisam correr na minha, na tua, em todas as faces.
O sorriso! Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!
Persegue um sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas vontades, mas não enlouqueças por elas.
Abastece o teu coração de , não a percas nunca.
Alaga o teu coração de esperanças, mas não deixes que ele se afogue nelas.
Se achares que precisas voltar, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado começa novamente.
Se sentires saudades mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais é nada.

Fernando Pessoa

Vertiginosamente quase 28



Num rasgo de clareza, percebi. Que passei a vida inteira a fazer apenas o suficiente. As pessoas sempre me foram mais importantes e conver- sar, sair, estar próximo, suplantavam em muito estudos, profissão, melhores notas. E, inconsciente- mente ou não, sabia que podia mais e melhor, mas o tempo é sempre pouco para tantos amigos, para os recreios de conversa e brinca- deira, para os cafés a dois, e tantas, tantas memórias que relembro desde sempre. Hoje, não sei se consigo dar a volta. Continuo a querer as pessoas mais que tudo o resto. Mas sei que o caminho não encontrado depende apenas do quanto aplico ao que gosto e quero fazer. Os projectos amontoam-se na minha cabeça e não posso deixar de senti-los como metas a alcançar para estar feliz comigo. Exijo-me determinação, força de vontade, esforço e tempo dedicado à causa. Para bem de quem sou e de quem sei que posso ser.



O mundo inteiro cabe numa cidade.

Miguel maravilha

terça-feira, 5 de dezembro de 2006


envolves-me num abraço daqueles tão bons, apertado, forte, onde apetece ficar. fazemos niguri sushi e rimos com gargalhada cheia. conversamos a noite inteira, sobre coisas sem importância e coisas muito importantes. és genuíno, gostas de mim como sou e eu gosto tanto de ti exactamente como és. fazes anos hoje e eu sou mais feliz porque existes. Parabéns.

Nesta cidade

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Dissesses-me Tu de que cor fizeste os dias para eu distribuí-los na minha paleta das emoções.
Assim, encho as manhãs com pinceladas de verde-escuro e pinto as noites em tons de beringela. Insisto em esborratar as horas com manchas de azul-petróleo, mesmo que diluídas em gotas de verde-maçã.
Inundas-me a tarde de branco, em contraste com os crepúsculos de cinzento e caramelo de dias que já passaram. Saberei descobrir a luz dourada no preto das madrugadas?
Desaguas-me em lágrimas de azul-celeste e eu envolvo-me num sorriso de gomos de laranja. Todos os minutos contam. E talvez eu encontre a exacta dose de lilás no lusco-fusco da Lisboa que anoitece.

Porto Sentido



Viagem que só podia ser a nossa. Uma pousada que parece a nossa casa, entre camas partilhadas, ar condicionado nos trinta, pequenos almoços fartos, telefonema às seis da manhã e alguém que nos trata por "meus amores". Subir, descer, subir, descer, subir a Rua de Sta. Catarina. Afinal, há muito para ver. Um rio onde quase não chegávamos mas que lá estava em tantas cores, num sol radiante e numa noite com dezenas de luzes. A única foto desfocada depois de meia hora de poses. Os dois minutos no funicular, a escadaria como alternativa, a torre vestida de cerveja, o Magestic, um vinho do Porto à nossa medida, (p'ra quê as caves?), a loja de vinis, a missa cheia na Lapa, uns hábitos que de maus só tinha bons e tanto tempo para percorrer as ruas. Chuva, pouca. Almoços e jantares longos e tardios, como se quer. Enjoo de casa da música. Cantar em altos berros no carro. Muitos, muitos abraços, envolvidos em doses grandes de amizade e galhofa a rodos. É bom passear convosco. Tão bom.

[Espera! O fotógrafo é o Xisco, por isso faltam a Veri e o Rato... Estarão em alguma ... session?]

Porto Maravilhoso



Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa


Rui Veloso e Carlos Tê

Misturas

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Junte-se o saxofone de um Martins, ao piano de um Sassetti, com bateria de um Frazão e contrabaixo à maneira de um Cascais. A esta mistura rica, acrescente-se as vozes de Camané, Carlos do Carmo, e outra tão linda de Mayra Andrade. Envolva-se tudo com a maravilhosa orquestra Sinfonieta de Lisboa. Com "aquele" poema do Pedro Tamen e "Um homem na cidade" para acabar, misture-se tudo naquela que é uma das salas mais bonitas de sempre. Deixe-se cozinhar em lume brando de amigos e, voilá, sai uma noite doce e quente na Lisboa sem par.
 
   





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