Resposta a um certo post... (a ver apenas por quem de interesse)
Sabia bem que aquela mensagem ía fazer mossa. Mas, compreende, era já um passo à frente para voltar a mim e a nós. Foi depois de um dia particularmente bom em que me apeteceu dizer "estou de volta" e "quero-te de volta". Durante o que me pareceu uma eternidade de tempo, não tinha vontade de mexer um dedo, porque esperava perguntas e comentários que nunca vieram. Não só de ti, tu sabes. Mas exactamente porque fazes diferença na minha vida, muito mais do que imaginas, contava com o teu abraço ou com qualquer sinal que mostrasse que estavas por perto.
A verdade é que sempre pensei que teria mil redes a amparar-me as quedas, caso fosse necessário. No momento exacto em que caí do trapézio, tive apenas quatro leves (mas presentes) teias de aranha e nenhuma rede, e... estatelei-me ao comprido.
Naquele dia em que percebi que sabias mais do que aparentavas, não quis acreditar. Relembrei lágrimas, confusões na minha cabeça, nós no estômago e angustias mil. E... nem uma mensagem. Nem antes, nem depois, nem durante, nem passado alguns dias. Custou, mesmo muito, confesso. Fez-me repensar em tanta coisa, de mim, do valor que dou aos outros, das minhas prioridades. Hoje vejo que cresci, que tenho forças para dar a volta por mim própria, que consigo ser-me suficiente quando é mesmo preciso. Estou feliz comigo. E com Ele. A mão que me amparou é a que o tem feito toda a vida e eu e Ele bastámo-nos.
Quero dizer-te apenas mais isto e acabo: gosto mesmo muito das nossas conversas, das tardes de compras, das viagens de comboio, da partilha de sensações que só eu e tu percebemos, muitas vezes. Identifico-me com tanta coisa de ti que às vezes parece que estou a olhar para mim há uns anos, com a tua idade. E gosto MESMO de ti.
[É incrível como nos espalhamos completamente nos blogs, onde toda a gente lê o que escrevemos e não conseguimos dizer o que é preciso cara a cara. Quero que esta seja a última vez que o faço de uma forma tão directa. Eu e tu temos este entendimento que nos permite dizer o que é preciso, quando é preciso.
Depois desta semana, parece que não faz sentido estarmos a falar sobre estes assuntos, que já conseguimos fazer passar. Seja como for, quero que perguntes e que voltes a perguntar, mesmo que não me apeteça responder. Porque disso se faz uma amizade também: de silêncios e de saberes que o nosso bem-estar é precioso.]
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