Um pouco mais de sol... eu era brasa.

A número 40 da Maçãs d'Amor é minha!

E é linda...

por dentro...

Com certeza! Realmente o que eu mais queria era uma internet tão rápida, tão rápida que me fizesse acreditar que a casa estava a pegar fogo e que era perseguida por um monstro robótico para me fazer estoirar os miolos... Vou já telefonar!

Para quem de direito (vocês sabem quem são) informo que me estou a preparar para o futuro. Esperam-me duas semanas de trabalho intensivo mas que me vão dar bagagem para passos maiores. Pelo que vejo do vosso trabalho e dedicação, prevejo grandes projectos. E para a frente é que é caminho!

"Bom dia! Sabes? Deus ama-te como és, morreu e ressuscitou por nós! Não fiques aí a dormir."

Ele lançou o repto: os últimos livros que li. Pois que já devorei livros e livros, no tempo em que só havia faculdade e o comboio era o local perfeito para passar todos os segundos do caminho a ler mais um pouco. Hoje vou começando a folhear um, leio mais umas páginas de outro, procuro conceitos e saberes noutro ainda, e há muito tempo que não me lembro de acabar um livro (sem contar com o "Felizmente há luar" que teve de ser lido em meia hora). Os interesses vão passando de escuteiros, para beatices, para conhecimentos que quero aprender. Por isso, os livros que estou a ler não fogem muito disto e vão parecer meio tendenciosos... (só para servir de aviso).

Então cá vai:

- A noite abre meus olhos, de José Tolentino de Mendonça
- Arte Nova, de Klaus-Jürgen Sembach
- As Colecções do Museu Nacional do Azulejo, Lisboa
- São Paulo Conquistador de Cristo, de Daniel-Rops
- Deus é Amor de Bento XVI e Guia
- Auxiliar do Chefe Escuta, de Robert Baden-Powell

[eu avisei!]

Tenho um nome novo. Ou aliás, tem o blogue, que eu sou Ana Lua há muito tempo. Gosto de passear por outros blogues e encontro sempre nomes fantásticos, alguns divertidos, outros com jogos de palavras e, se em tempos, "Um pouco de céu" fez tanto sentido, hoje apetece-me mais qualquer coisa entre a poesia e a minha essência. "Um pouco mais de sol... eu era brasa" é o primeiro verso de um poema de Mário de Sá-Carneiro, intitulado "Quase". É, ao contrário de mim, pessimista e vencido. E, ao mesmo tempo, tão parecido, nos dias em que estou mais em baixo, quando percebo que ainda quero muito, que estou a anos-luz de me sentir realizada em tudo o que acredito que posso fazer. Para além de que, para mim, tudo tem de ser quente, a ferver. Não gosto de medianices, de mais ou menos, de mornos, de pode ser e assim também está bem. Gosto de muito, de tudo, de completamente. Por isso, dessem-me um pouco mais de sol e eu seria, efectivamente, brasa. Este nome servirá para me relembrar que muito há ainda que perseguir, para não me ficar pelo quase que não quero. E para marcar, aqui e agora, que vou perseguir o sol até que a loucura da brasa seja real. Porque quero tudo.

foto de Mujimasa

deslocada, ninguém parecia perceber. mais uma apenas entre as miúdas que acharam o exame "facílimo"! as coisas parecem-nos muito mais simples quando temos 18 anos, concluo. fui a primeira a acabar, escrevi de uma ponta à outra, sem rasuras, num exame que dá gosto de tão limpinho. mas era difícil. perguntas de interpretação dúbia, com uma dose de subjectividade que assusta. comentários de texto, interpretações, textos argumentativos. veremos. agora só quero aproveitar a sensação de alívio. hum, já me tinha esquecido de como era bom.

Podemos falar dos sentimentos, descrever

as impressões que nos ameaçam, e revelar o vazio

que se descobre na ausência um do outro: nada,

porém, é tão inquietante como a dúvida,

o não saber de ti, ouvir o desânimo na tua voz,

agora que a tarde começa a descer e, com ela,

todas as sombras da alma. É verdade que o amor não é

apenas um registo de memórias. É no presente

que temos de o encontrar: aí, onde a tua imagem

se tornou mais real do que tu próprio,

mesmo que nada te substitua. Então, é

porque as palavras são supérfluas; mas como viver

sem elas? Como encontrar outra forma de te dizer

que o amor é esta coisa tão estranha, dar o que nunca

se poderá ter, e ter o que está condenado

a perder-se? A não ser que guardemos dentro de nós,

num canto de um e outro a que só nós chegamos,

sabendo que esse pouco que nos pertence é

tudo o que cabe neste sentimento.

verde!

queria eu acreditar que uma semana chegava para saber tudo o que é preciso num exame de português do 12º. queria confiar que entre aniversário da Dé, festejos de Santo António, três casamentos e (pasme-se!) entrega de jornal, esta semana iria esticar, esticar, esticar até que toda a matéria estivesse na ponta da língua. ou do dedo, neste caso. depois veio a constatação natural das coisas. Duas horas deu para uma revisãozita por alto do Fernando Pessoa, meia dúzia de páginas num livro (resumidíssimo!) de preparação para os exames. enfim, é o que dá ser optimista demais. seja como for, no dia 18 lá estarei sentada numa qualquer carteira a fazer de conta que tenho menos dez anos...

[post com banda sonora: pôr a tocar talvez seja primavera ou primavera tardia]


queria-lhe a pele como se disso dependesse a vida. não importa que se tivessem cruzado ontem ou que não se vissem há um mês, sonhava-lhe o cheiro, o sabor, o toque macio da pele que arde em temperaturas que a química não explica. ela ria-se de cada vez que ele abria a boca para falar, como se as palavras ainda não ditas tivessem sido inventadas para os momentos em que ela o quisesse encher de sorrisos. no ar, uma tensão palpável de lábios que nunca ou quase se tocavam, de mãos que teimavam em entrelaçar-se quando o mundo parava no exacto momento em que se procuravam com o olhar. cada movimento era pensado ao pormenor. queria sentar-se o mais longe possível, fugir-lhe do campo magnético que a fazia esquecer argumentos, razões, defeitos, probabilidades... por mais voltas que desse, voltava sempre lá, a aninhar-se à distância mínima de um roçar de pele ou das investidas desafiadoras de um toque de lábios. na lista de príncipes encantados ele teria ficado de fora. se houvesse supermercado de homens, estaria entre os artigos defeituosos a 99 cêntimos com oferta de baton para o cieiro, três pares de collants e um kit de sobrevivência, só para ver se desamparava a loja. e mesmo assim, hoje as prateleiras pareciam-lhe todas vazias, como se o mundo ainda não se tivesse apercebido que nenhum outro trazia incluído a perfeição daquela vontade irresistível de pele ou do quase imaginável perfeito sabor daqueles lábios. arriscaria?