Por algum motivo...

Podíamos ter escolhido ficar umas duas horas na fila do Ferry. Ainda parámos. Mas as vistas não eram as melhores, o calor apertava e, por muito que façamos a festa onde quer que seja, não havia muita vontade em acabar assim um fim de semana de sonho. Escolhemos dar meia volta e seguir pelo caminho mais longo.
Naquele cruzamento, podíamos ter escolhido virar para a direita, em direcção à autoestrada que nos levaria a Lisboa. Já não era cedo, mas escolhemos continuar em frente e ir jantar a Alcácer.
Naquela povoação, podíamos ter escolhido ficar por ali, ver a povoação, quem sabe. Escolhemos subir, ir até ao castelo, ver aquele pôr-do-sol no alto do monte e rir às gargalhadas com a revolução que trouxemos à calmia do lugar.
Naquela rua, tão bonita, com um jardim em frente ao rio e bancos a chamar por nós, podíamos ter escolhido qualquer restaurante onde jantar. O mais barato, o que tinha melhor aspecto, o mais próximo do carro, o que tinha mais lugares, o mais pequeno... Escolhemos "O Alpendre". Diz que é Taberna Snack-Bar, mas aqueles secretos de porco preto chamavam por nós e o acolhimento simpático disse que era ali o spot.
Naquela mesa, próxima da porta, podíamos ter bebido apenas água, mas não resistimos à "sangria está divina!" Nem ao pão alentejano, ou ao queijo amanteigado. Resistimos à sobremesa, mas tivemos direito a ela na mesma!
Às 10 da noite, hora a que entrámos num restaurante cheio de gente, com pessoal a trabalhar todo o dia debaixo de um calor sofocante, com o filho em casa a fazer o primeiro aniversário, a comida a acabar e tudo ainda completamente desarrumado, alguém podia ter escolhido tratar-nos a despachar, sem interesse ou friamente. Escolheram dar-nos atenção, perguntar pela praia, contar a história dos 7 golfinhos, oferecer-nos bolo de aniversário, distribuir cartões para voltarmos um dia. E nós, com a barriga e o coração cheios, voltámos para casa com a certeza das escolhas bem feitas.
[Escolho sempre com o coração. Deixo-o falar, decidir o rumo, sentir o caminho certo. Por muito que algumas escolhas pareçam desacertadas ou criem até algum desconforto, continuo a querer que ele escolha. Porque só assim sinto verdade. E ele continua a bater.]
6 comments:
=)
Eu também já escolho maioritariamente com o coração...
Obrigado!
Eu também escolho sempre com o coração, SEMPRE; porém nem sempre as coisas dão certo.
Hoje alguém me disse,
- Andreia se não fores racional não vences.
Quero vencer sim. Mas com o coração; porque acho que é possível.
POR ALGUM MOTIVO
Juro-te que este post me fez chorar... porque nem sempre faço as escolhas certas, porque nem sempre sou simpática depois de um dia de trabalho, porque nem sempre aprecio o sol e o cheiro do mar, mesmo quando estão mesmo à minha frente.
Às vezes esqueço-me de que te tenho a ti... E gosto tanto de ti!
Oh minha Rita,
Tenho que confessar que o teu comentário me deixou com um nó na garganta e com os olhos brilhantes.
Acho que se estivesse em casa não aguentaria.
Sim, foi fácil sermos feliz neste fim-de-semana e às vezes precisamos de tão pouco para sermos felizes, não é?
A imagem que guardo destes dias fantásticos é de 5 amigas a andar pela praia no fim de tarde com o pôr-do-sol no horizonte.
... e eu gosto de ti, tanto!
Também tenho medo de pensar com o coração mas não quero pensar com mais parte nenhuma do meu corpo...
E é confortáveL saber que entre nós se pensa assim...
Gosto de vocês sem pensar... porque sim.
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