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Um pouco mais de sol... eu era brasa.

Tu és todos os livros, todos os mares, todos os rios, todos os lugares. Todos os dias, todo o pensamento e todas as horas... Tu és todos os sábados, e todas as manhãs. Tu és todos os lábios, todas as certezas, todos os beijos... Tu és todas as noites em todos os quartos, todos os ventos em todos os barcos. Todos os dias em toda a cidade... Tu és só o começo de todos os fins. Tu és todos os sons de todo o silêncio, por isso eu te espero, te quero e te penso.
 

O mundo começa aqui

A chuva separara a luz com grossos cordões que desciam das nuvens e se prendiam à silhueta das pessoas, raras, que se encontravam. Mas, depois da chuva, veio a pausa amena em que a Terra e o ar se harmonizavam. O pai disse para a menina: veste o casaco. Vamos passear.
Então, rua fora, com a mão na mão do pai, a menina caminhou em pequenos passos saltitantes. o cachecol branco que levava era uma mancha de luz, um fragmento da Via Láctea. Clara. Esvoaçante. Os caracóis louros uma auréola de alegria no vento discreto e húmido da tarde.
Atravessaram ruas e casas, cruzaram-se com pessoas e animais, depois entraram no campo onde a Primavera próxima já perturbava os aromas e fazia espreitar as primeiras flores.
A menina ria, conversava muitas coisas, conversava sempre e ao pai, lá em cima, tudo isso chegava como um som de chilreios, música de pássaros.
Era bom passear assim, no dia lavado, por entre árvores e gente e flores, sentir as botas molhadas e este cheiro tão bom e inicial, de terra húmida a pedir sementes. Era bom, levar pela mão esta criança curiosa, ávida de descoberta, para quem tudo era uma festa prometida e inesgotável. Era bom, pensava também a menina, caminhar com a mão deste homem-pai, alto como um gigante. A mão era quentinha e macia; era forte e doce e o perfume discreto a tabaco que dela se desprendia era um perfume a pai, único e para sempre. Tão bom! E respirou fundo e encostou mais o rosto dourado àquela flor de cinco pétalas fechadas onde se sentia protegida.
Andaram mais.
Andaram toda a tarde pelas pequenas veredas, pelos verdes caminhos onde as gotas de chuva punham reflexos e frescura.
A certa altura, o pai parou para acender um cigarro e libertou a mão da criança. À sua frente, ali mesmo junto aos pequenos pés, havia uma poçazinha de água que a chuva deixara. Era um círculo mínimo, mas estava ali, à sua frente e fechava-lhe o horizonte, interrompia-lhe a aventura.
Sem a mão do pai na sua mão, o obstáculo tornara-se intransponível.
Puxou-lhe várias vezes pelo casaco e, quase a medo, sussurrou, perplexa pela imensidão daquele mar tão súbito:
"Ó pai, o mundo acaba aqui?"
Foi então que lá em cima os deuses se sorriram e enviaram para coroar esse instante, um arco-íris com todas as cores da poesia. Que a menina ainda conserva no olhar e já lá vão tantos anos.

por Maria Rosa Colaço in "Não quero ser grande."

[O pai Santos faz anos hoje. 55. E eu sinto falta dos dias em que o meu mundo começava e acabava na mão dada do meu pai. Parabéns, papi! És o melhor do mundo!]
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At 20 julho, 2006 13:36, Blogger  said...

PARABÉNS.
O tio Francisco tem um sorriso bonito e uma vontade enorme de nos fazer rir. Diz piadas engraçadas e faz trocadinhos como ninguém…
É bom ser criança e andar de mão dada com o pai, porque não existem medos nem estados de ansiedade. Apenas pensamos qual vai ser a próxima brincadeira ou qual serão os sabores que iremos escolher para o gelado que se avizinha.    



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