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Um pouco mais de sol... eu era brasa.

Tu és todos os livros, todos os mares, todos os rios, todos os lugares. Todos os dias, todo o pensamento e todas as horas... Tu és todos os sábados, e todas as manhãs. Tu és todos os lábios, todas as certezas, todos os beijos... Tu és todas as noites em todos os quartos, todos os ventos em todos os barcos. Todos os dias em toda a cidade... Tu és só o começo de todos os fins. Tu és todos os sons de todo o silêncio, por isso eu te espero, te quero e te penso.
 

"Primeira comunhão, primeira comunhão...

... é ter a alma no céu
e Jesus no coração!"

Éramos miúdos e só sabíamos que Jesus estava ali naquela rodela de farinha branca que o Pe. António velhinho punha na boca dos outros meninos. a Igreja do Algueirão abarrotava de cada vez que havia festa rija assim. só nós enchíamos uns 10 bancos, muito certinhos para não amarrotar os vestidos brancos e os calções azuis escuros que as mães orgulhosamente tinham comprado para a ocasião. Depois da imensa procissão de gente a comungar, vinha a música tão esperada. Era a única vez que ía fazer verdadeiro sentido e depois de tantos ensaios, começámos a plenos pulmões: "meu coração de criança..."

[hoje foi bem diferente. és "grande", aprendeste, sabes o que quer dizer. assumiste o teu compromisso e quiseste fazer parte da família. hoje apeteceu-me cantar outra vez. de orgulho. e foi como se estivesse ali de novo, pela primeira vez.]
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