acreditar
foi há trinta anos que um jovem economista decidiu voltar ao seu país para ver se podia fazer alguma coisa por ele, após a independência. Muhammad Yunus percorreu uma aldeia perdida do Bangladesh e sentou-se perto de uma mulher idosa que fazia bancos de bambu. ela fugiu-lhe mas ele não desistiu. aos poucos, descobriu que aquela mulher pobre estava presa à pobreza por ter pedido 25 cêntimos emprestados. em vez de fazer aquilo que o instinto lhe dizia, pôr-lhe uma pequena moeda entre as mãos para que ficasse livre, decidiu ir mais longe. entre muitas visitas à aldeia, encontrou pequenas dívidas que faziam um total de 27 dólares e que prendiam quase 50 pessoas. foi o primeiro empréstimo de microcrédito que fez.
hoje, o banco Grameen (que quer dizer: da aldeia) apoia mais de sete milhões de pessoas, a maior parte mulheres. nestes anos, alterou o estatuto da mulher no Bangladesh, melhorou as condições de saúde das crianças, aumentou a riqueza do país, deu dignidade a quem não a tinha.
hoje, as mulheres não têm medo de olhar nos olhos de um estranho. sem burocracias, sem garantias, sem passado, sem assinaturas, o banco Grameen baseia-se na confiança. e recebe de volta 98 % do que empresta. pequenas quantias que fazem a diferença.
[vestido muito simplesmente, com um sorriso sempre presente na cara, histórias que saíam de uma forma fluente e uma certeza de trabalho bem feito, o "banqueiro dos pobres" veio à Gulbenkian. falou para um auditório a abarrotar que o aplaudiu de pé. eu estava lá também e percebi que o importante é acreditar. mas isso eu já sabia.]
É de sorrisos como os dele q este mundo precisa...
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